Assim como Pedro Mudrey Bassan, em 1975, o pastor também pode renunciar após mais de 40 anos. Fiéis e eleitores do parlamentar são contra a decisão de conceder imunidade a Ribeirão.
O vereador e pastor Rudynei Monteiro (PP) vive uma semana decisiva e pode entrar para a história do Legislativo como o segundo parlamentar a renunciar. O primeiro foi Pedro Mudrey Bassan, após um desacordo sobre a eleição da presidência da Câmara. Como não foi escolhido, renunciou em 19 de fevereiro de 1975, sendo convocado o 2º. Suplente Josmar Guandalini.
Já Rudynei Monteiro pode repetir o gesto após mais de 42 anos. Logo no início de seu mandato disse que a única possibilidade de não sofrer assédio do PP, partido pelo qual foi reeleito “era se fosse eleito presidente da Casa”, o que não aconteceu. Também, após o blog antecipar essa possibilidade, Rudynei já tinha certeza de que era questão de tempo, e Ribeirão iria investir na ideia.
Nove meses depois, às vésperas de se tornar inelegível por dezenas de irregularidades na gerência do dinheiro público, durante seu mandato de presidente da Câmara, em 2013, o suplente quer a cadeira de Rudynei para obter imunidade, e protelar o máximo possível, uma decisão de colegiado do Tribunal de Contas do Estado. Para garantir seu próprio benefício firmou um “pacto de sangue” com o pastor. Para ser cumprido é exigida a sua renúncia.
A decisão que deverá ser tomada nas próximas horas por Rudynei poderá até ser anunciada durante a sessão ordinária de hoje (2), da Câmara Municipal. Além disso, o parlamentar precisa protocolar documento confirmando sua decisão. A partir da renúncia, Ribeirão será o titular da cadeira e só será substituído se tiver o diploma cassado. Após a renúncia, a Mesa Diretora da Câmara tem até 10 dias para convocar o suplente, mas já existiria até data prevista para o retorno de Ribeirão: durante a sessão ordinária do dia 16 de outubro.
A notícia divulgada pelo blog, na manhã do dia 22, causou revolta dos eleitores e fiéis do pastor Rudynei, mas não há nenhuma informação sobre uma mobilização na tentativa de removê-lo da intenção de abrir mão de seu mandato.
Na sexta-feira (29) informações davam conta de que Ribeirão foi para São Paulo contatar advogado para postergar uma eventual decisão do TCE de ratificar sua inelegibilidade por improbidade administrativa, o que já o impediria de assumir a cadeira de suplente. Ao mesmo tempo, determinou que Rudynei voltasse à Brasília para definir sua transferência para São Paulo.
Interlocutores comentaram nos bastidores políticos de que o pastor se demonstrava pressionado a desistir da legislatura. O receio que tem é que a promessa feita pelos caciques do PP, não seja cumprida. Os deputados federais que garantiriam emprego para o pastor na capital paulista são aliados de Ribeirão. Depois da renúncia, Rudynei não poderá voltar atrás. Só quem não vai correr nenhum risco será Ribeirão.
SUPLENTE
Após Ribeirão, na suplência da coligação que elegeu Rudynei Monteiro, vem a enfermeira Sandra Mara Meira Cabrera (PP), com 452 votos.
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