Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
O presidente da Câmara desfez o negócio com “Salgado”. Ouça o texto
O presidente da Câmara de Tupã, o empresário Marcos Rogério Gasparetto (PSD), desfez no final de semana o famigerado negócio estabelecido com o fundador do Group Lance Certo, Anderson de Oliveira, o “Salgado”.
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A venda do fundo de comércio foi fechada por R$ 500 mil, que deveriam ser pagos em cinco parcelas de R$ 100 mil cada uma, mas os valores foram acumulando, assim como o “negócio sustentável” de Salgado não se estabeleceu.
Não há informações sobre o segundo posto, localizado na rua Brasil que o grupo incorporou e o transformou na marca Lance Certo, mas nem mesmo a plotagem foi quitada. Segundo as informações, o prestador do serviço ficou num prejuízo de R$ 30 mil.
– Eu fui obrigado a desfazer o negócio porque o prédio é meu. É um imóvel de R$ 2 milhões que me custou anos de trabalho para consegui-lo e não posso perde-lo. É meu CPF que está em jogo. Apesar de desfeito o negócio também vou ter que dar explicações à Justiça, observou Gasparetto.
Apesar de ainda aparecer nesta terça-feira (7) algum indício da plotagem “Lance Certo” é que o prestador de serviço pretende fazer prova para possivelmente cobrar Salgado na Justiça.
PROCESSOS
Na justiça de Tupã e de outros estados se avolumam dezenas de processos de investidores que acreditaram numa rentabilidade surreal de até 7%, mas a suposta pirâmide financeira estagnou e desde novembro ninguém mais viu a cor da renda ou do montante investido.
Assim como o Pub Bar foi fechado para suposta reforma, a sede do Group Lance Certo não é mais visitada por nenhum dos cooptadores, e a casa de apostas LanceBet.com foi desativada e deixou centenas de apostadores no prejuízo.
É este mesmo negócio chamado no Brasil de “lucro Certo” que salgado lançou na Nigéria e na Coreia com a denominação de Lance Grenn.
Ao retornar ao Brasil, Salgado não cumpriu nenhum compromisso assumido em discursos gravados em vídeo, enquanto ostentava em aeroportos, restaurantes e instalações locadas para supostos eventos do Group.
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LARANJAS
Toda a articulação do grupo para criar essa estrutura fantasiosa começou a se tornar insustentável já a partir de novembro de 2022, enquanto Salgado ainda surfava na onda de que havia enfrentado o cartel do combustível em Tupã.
Sem visar lucro com os estabelecimentos, usados como chamariz para seu negócio de criptomoeda – LanceCoin e descompromissado com qualquer questão fiscal, Salgado não tinha nenhuma responsabilidade no negócio que ele diz ter investido R$ 12 milhões na geração de emprego e renda na cidade.
Os possíveis crimes praticados pelo Group Lance Certo estão relacionados no trabalho de investigação da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Tupã. O processo está na Justiça Federal para apurar eventual formação de quadrilha para a pratica de crimes financeiros contra a economia popular, estelionato e lavagem de dinheiro.
As dezenas de processos acusando Salgado de enriquecimento ilícito são apenas um traço perto de outras dezenas e dezenas de investidores que se calaram por possivelmente não terem como justificar o dinheiro aplicado nesse castelo de areia.
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O LANCE DA BRAISCOMPANY
O fundador do grupo aparece em fotos muito bem produzidas e mensagens que tentam transmitir uma ideia de sucesso individual. Neto Ais aparece sempre com o cabelo engomado dentro de carros de luxo, aviões privados, em locações internacionais badaladas e ao lado de astros do futebol e celebridades da música…
O texto é de uma matéria do G1 publicado em 16 de fevereiro sobre a operação da Polícia Federal na sede da Braiscompany suspeita de crimes contra o sistema financeiro.
Antônio Inácio da Silva Neto – adotou suas três primeiras iniciais como sobrenome e se apresentava como Antônio Neto Ais e sua mulher Fabrícia Ais comandavam a empresa que captava investidores sob a promessa de investimento em criptmoedas com retorno de 8% ao mês.
A semelhança no modus operandi coloca Salgado no Lance da Braiscompany, seja no tipo de negócio ou do exibicionismo na transmissão da ideia de sucesso individual, que necessariamente não se aplica para todos.
https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2023/02/16/sede-da-braiscompany-e-alvo-de-operacao-da-policia-federal-na-pb.ghtml?fbclid=IwAR2WyAjViXUr8Elt7qJgFswm01Z0KfMbBeNM_XcL2S796YiESQ3Pf_8RPlg
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