Com a renúncia, Ribeirão torna-se titular da cadeira e não corre risco. Ao pastor Rudynei restará acreditar na promessa pactuada pelo PP.
O acordo que pode levar o suplente Antônio Alves de Sousa, o “Ribeirão” (PP), a assumir a cadeira no Legislativo para ocupar o lugar do pastor Rudynei Monteiro (PP) prevê a sua renúncia. Ou seja, a partir do momento em que protocolar na Câmara o documento afirmando que renuncia ao cargo, não terá mais direito ao mesmo.
É diferente da previsão estabelecida nos artigos 12 e 13 da LOM – Lei Orgânica Municipal, que tratam da licença por prazo determinado e ou para exercer a função de secretário municipal. Exemplo: o vereador Renan Victor Pontelli (PSB) foi nomeado secretário de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, e assumiu como suplente Valdir de Oliveira Mendes, o “Bagaço” (PSDB). Caso Renan desista de continuar secretário, ele pode retornar ao seu cargo de vereador.
Já no caso que envolve o pastor Rudynei, Ribeirão teria exigido a renúncia do titular. Em nenhuma hipótese, Rudynei poderá voltar para exercer o mandato novamente. O mandato passará a ser de Ribeirão e só o perderá em situações previstas na LOM.
OFICIALMENTE
Oficialmente nenhum dos dois envolvidos se manifestaram. A manifestação oficial partiu do presidente da Câmara, Valter Moreno Panhossi (DEM). Ele afirmou ao blog de que estaria em curso a negociação que envolve os dois parlamentares e se houver confirmação dos fatos, Ribeirão assumirá a cadeira abdicada por Rudynei.
A reportagem que explicitou toda a trama de bastidor foi publicada na sexta-feira (22), às 12h45. Coincidentemente, uma hora antes, Ribeirão esteve na Câmara de Tupã reunido com funcionários dos setores financeiro e do RH – Recursos Humanos do Legislativo.
Durante sua permanência na Câmara, Ribeirão teria recebido convite do prefeito José Ricardo Raymundo (PV) para ajudar o município com seu trabalho, mas o suplente teria falado que “agora é tarde”, dando a entender que durante o início de abertura da “República Verde” tentou conduzir Rudynei ao cargo de secretário para que assumisse o legislativo.
Essa possibilidade também foi aventada pelo blog. Rudynei foi flagrado pela reportagem em uma das várias reuniões que decidiram pelo troca troca de cadeiras no Legislativo e no secretariado do prefeito, mas a investida não vingou. Segundo informações de interlocutores, em um dos encontros estiveram juntos enviados do prefeito, Ribeirão, o ex-vereador Luis Alves (PC do B) e lideranças do PSB que propuseram um “governo participativo”.
PACTO DE SANGUE
Os motivos que levaram Rudynei Monteiro a firmar o “PACTO DE SANGUE” com Ribeirão e os deputados federais do PP, Guilherme Mussi e Fausto Pinato, são vários: pessoais, políticos, financeiros, entre outros.
Portanto, se não houver mudança de percurso, ainda que eventualmente esteja arrependido, Rudynei Monteiro vai ser obrigado a cumprir o acordo firmando com Ribeirão, sob pena de sofrer outras possíveis consequências impostas pelo partido.
Rudynei praticamente assinou “sentença de morte” política ao ingressar no PP, comandado por Ribeirão. A velha tese mantém-se firme “quem segue o curso de Ribeirão encontra um terreno próprio para o fracasso”.
O suplente convocado deverá tomar posse dentro de 10 dias, afirma o artigo 14 da LOM. É mais um indicativo de que Rudynei Monteiro está prestes a renunciar. Já há até uma data da possível posse do suplente – início da segunda quinzena de outubro.