Desde o primeiro dia, a empresa TDR desrespeita os usuários. A situação só piorou ao longo de dois anos, mesmo com subsídio de R$ 50 mil por mês e passagem de R$ 3,00. A partir desta quarta-feira (4) a prefeitura vai executar o serviço “de graça”.
Estava prestes a escrever um pensamento sobre as irregularidades praticadas pela empresa circular (TDR) que servia Tupã. Evidente que o objetivo era criticar a omissão da prefeitura e de parlamentares. Não vi nenhum deles criticar com tanta veemência como as famigeradas exposições do Santander, no Rio Grande do Sul e do MAM – Museu de Artes Modernas, de São Paulo.
Assistindo a sessão da Câmara de Tupã, na noite desta segunda-feira (2) parecia que estávamos em outra localidade, distante da realidade que nos cerca. Problemas de ordem financeira, obras irregulares, o escândalo das viagens à Brasília aos gabinetes dos deputados do suplente Antônio Alves de Sousa, o “Ribeirão”, entre outros, e os nossos edis discutindo assuntos de repercussão nacional.
Mas, vejam senhores, como é fácil tomar decisão que vai ao encontro das pretensões do cidadão. Basta querer e ter vontade política. É verdade que Manoel Gaspar (PMDB) contratou esta empresa, depois de outros fracassos na sua própria gestão. A antecessora chegou em Tupã, possivelmente “escolhida” por Ribeirão.
Da Câmara, a diretoria da empresa prometeu um transporte de primeiro mundo, e todo “mundo”, do mundo da política acreditou. O blog logo denunciava que estava em curso através das negociações riberianas conceder um subsídio de R$ 25 mil à concessionária.
Mas, foi durante o lançamento de uma daquelas festas regada a coquetel e bonança com o dinheiro público que a empresa deu mostras de como seria o transporte. O ex-vereador José de Jesus “Nenê” Manzano Martin tentou se utilizar do elevador para deficientes em um dos coletivos expostos na portaria do “Portal das Estrelas” e causou o maior constrangimento nos diretores da empresa e convidados. O equipamento de acessibilidade não funcionava.
O transporte público nunca funcionou até os dias atuais, mesmo com subsídio de R$ 50 mil. Também houve denúncia anônima que o blog nunca conseguiu apurar sua veracidade de que a empresa TDR não recebia todo o montante aprovado pela Câmara. O proprietário dos ônibus silenciou-se quando lhe perguntei sobre isso. Entre uma e outra empresa, após a era Guerino Seiscento, teve uma terceira que veio de Pompeia por um pequeno período.
“SAUDADES”
Os usuários chegaram a sentir saudades da empresa Guerino Seiscento, uma das principais causas da falência do projeto de transporte público de Tupã. Ao longo de mais de três décadas, a empresa desrespeitou Câmara, prefeitura, Judiciário, e o que dizer do coitado do usuário. Ela não “visava” lucro, mas lucrava com o transporte de alunos e, por isso, fazia de conta que transportava o povo.
Os prefeitos dos últimos trinta e poucos anos, entre os quais, Carlos Messas (PTB), Jesus Guimarães (PMDB), Manoel Gaspar e Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB), quase nada fizeram para reverter essa situação.
Gaspar, movido possivelmente por um motivo de cunho pessoal e familiar até rompeu o contrato de transporte de alunos com a Guerino Seiscento e adquiriu ônibus próprios para transportar os estudantes. Mas, só no seu terceiro mandato decidiu pelos mesmos motivos não renovar o contrato com a Guerino.
Já Waldemir, dizia ser amigo pessoal dos donos da empresa. Ele deu mostras dessa amizade: Havia um processo na Justiça cobrando de ambos mais de R$ 15 milhões, provenientes de irregularidades no transporte de alunos. Enquanto a empresa alegava prejuízo no transporte público, faturava a mais na quilometragem indevida das estradas de chão da zona rural. Quem conferia de fato quantos quilômetros os coletivos rodavam?
Pois bem, como o transporte público em Tupã atravessou gerações sem qualidade, os usuários acreditavam que era daquele jeito mesmo e sentiram saudade da Guerino. A maioria teve outra certeza: era mais fácil ir trabalhar a pé ou de bicicleta. Com a melhora da qualidade de vida da população e do poder aquisitivo, ninguém fez questão de usar a circular, sobretudo, com o advento do serviço de mototaxi.
Agora, como prova cabal de que o blog não só faz críticas, a decisão de rasgar o contrato com a empresa TDR é merecedora de efusivos aplausos ao prefeito José Ricardo Raymundo (PV). Não é difícil fazer diferente. Fazer igual, todos já fazem. Nem identificação a empresa mantinha em seus ônibus.
Espero que na próxima sessão ordinária, os vereadores tenham assunto local para discutir da tribuna. Com o subsídio de R$ 50 mil e da forma como a TDK mantinha sua frota – destruída, guinchada todos os dias é até possível a própria prefeitura assumir de vez o transporte público tupãense, afinal, o povo já paga por ele mesmo.
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