General golpista mantinha contato com manifestantes radicais de Tupã

A PF encontrou áudios trocados entre o marido de Kio Hirano e o general Mário Fernandes principal articular da tentativa de golpe de Estado denominado “Punhal Verde e Amarelo”

Klio Hirano e Bolsonaro

O general da reserva remunerada Mário Fernandes, que atuou como chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), e que permaneceu no cargo de outubro de 2020 a janeiro de 2023, trocava informações com manifestantes radicais de Tupã.

A informação consta do relatório da Polícia Federal (PF) que embasou o pedido de prisão despachado no domingo (17), pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Segundo a PF, o radical general Mário Fernandes responsável por elaborar plano estratégico para executar o ministro Alexandre de Moraes, e os candidatos então eleitos Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, também exercia a função de mobilizar manifestantes nas portas de quartéis espalhados pelo interior do Brasil, entre os quais, em Tupã-SP.

A Polícia Federal destacou a existência de áudios que indicam a relação de Mário Fernandes com pessoas que estavam acampadas no Quartel General do Exército, entre os dias 9/12/2022 e 13/12/2022, buscando auxílio para resolução de problemas ocorridos no acampamento.

Foram destacados áudios oriundos do contato Klio Damião Hirano, por meio de seu marido Rodrigo Yassuo Faria Ikezili, pedindo apoio ao General para viabilizar a entrada de uma tenda no QG-Ex.

Além de possuir informações que indicam tratar-se de representatividade acampada no QG-Ex, deve ser destacado que Rodrigo Yassuo Faria Ikezili é marido de Klio Hirano, investigada pelo STF, pelo seu envolvimento na tentativa de invasão do prédio da Polícia Federal em 12/12/2022.

A Polícia Federal destaca, ainda, que: “As mensagens evidenciam que Mário Fernandes era o ponto focal do governo de Jair Bolsonaro com os manifestantes golpistas. Além de receber informações, também servia como provedor material, financeiro e orientador dos manifestantes antidemocráticos instalados nas adjacências do QG-Ex em Brasília/DF, que teve papel fundamental na tentativa de golpe de Estado perpetrada no dia 08/01/2023”.

Além de ser instado a intervir em questões relacionadas ao acampamento e sobre apoio material, Rodrigo Ikezili também encaminha um áudio solicitando orientações a Mário Fernandes sobre como proceder durante as manifestações.

Essa constatação se materializa a partir de mensagem datada de 11 de dezembro de 2022, por meio da qual Rodrigo Ikezili pede informações sobre o dia 12 para Mário Fernandes, possivelmente se referindo a algum ato que seria realizado no Palácio do Planalto.

Já no dia 13 de dezembro de 2022, Mário Fernandes recebe um áudio oriundo de Rodrigo Ikezili, por meio do qual o referido interlocutor pede orientações ao General, logo após perguntar se ele está em Brasília – DF, e se está ‘acompanhando’.

O contexto dessa mensagem apresenta fortes indícios de que se relaciona com os atos praticados no dia 12 de dezembro de 2022, data em que uma horda turbadora tentou invadir o Edifício Sede da Polícia Federal e, em sequência, passou a depredar patrimônio público e privado na cidade de Brasília/DF. Saiba mais: O GOLPE: esquema “militarizado” pode ter usado “laranjas” para patrocinar atentados

Atentados terroristas praticados por bolsonaristas contra a sede da PF, em Brasília – Créditos/Reprodução

“KIDS PRETOS”

O general Mário Fernandes também foi assessor do deputado federal Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde de Bolsonaro, entre março de 2023 e março deste ano.

Os outros “kids pretos” presos: tenente-coronel Helio Ferreira Lima, Major Rodrigo Bezerra Azevedo e o Major Rafael Martins de Oliveira. Também foi preso o policial federal Wladimir Matos Soares.

 

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