Florentino Fernandes Garcia e Joaquim Inácio. Renan Pontelli pode quebrar a sequência de outros dois vice-prefeitos que tiveram problemas durante o mandato: Caio Aoqui e Thiago Santos
O atual vice-prefeito, Renan Pontelli (PSDB) poderá quebrar uma escrita que vinha prevalecendo nos dois últimos mandatos – de 2013/2016 a 2017/2019, Manoel Gaspar (MDB) e Ricardo Raymundo (PV), respectivamente. Os seus vices tiveram problemas políticos durante o transcorrer das administrações e “romperam” com a ala governista.
O ex-petista Thiago Santos (PSB) rompeu com Manoel Gaspar, após o ex-prefeito prometer e não renunciar ao cargo de chefe do Executivo, em 2015. Já Caio Aoqui (PSD) começou ser preterido dentro do grupo de Ricardo Raymundo logo nos primeiros seis meses de 2017. O fim do romance todos sabem.
Para exemplificar, apenas os últimos 30 anos, desde a o segundo mandato de Jesus Guimarães (MDB), de 1993/1996 e as duas primeiras gestões de Manoel Gaspar, no período de 1997/2000 e de 2001/2004, dois vices passaram despercebidos – Joaquim Inácio e o saudoso Florentino Fernandes Garcia. Os dois tinham posicionamento amistoso e despretensioso.
Pensar o contrário em relação ao posicionamento de Inácio e Garcia também não significa o fim de uma relação entre prefeito e seu vice, mas a necessidade de se sentir protagonista dentro do governo pode gerar intrigas e ciúmes em ambas as partes e provocar o rompimento político.
O que aconteceu recentemente com Caio Aoqui e Tiago Santos foi constatado na gestão de Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB) – 2005/2008 e 2009/2012, em relação a seu vice, Cesar Augusto Donadelli (PSL).
À época no PFL, Donadelli assumiu a Secretaria de Saúde, mas acabou destituído do cargo pelo então secretário de Governo, Adriano Rogério Rigoldi (PSDB). A partir daí, Donadelli caminhou pelo MDB, após romper com Waldemir e, mais tarde, voltou ao ninho tucano sob a promessa de que seria ele o candidato do partido à sucessão de Waldemir.
Depois do recuo de Gaspar em renunciar ao cargo de prefeito, Thiago Santos deixou a Secretaria de Relações Institucionais e foi cuidar da empresa da família.
Caio Aoqui foi mais longe. Não se afastou da Prefeitura e manteve seu gabinete no Paço Municipal. Ricardo Raymundo foi cassado em maio de 2019, e o vice assumiu a chefia do Executivo.
Foi reeleito em 2020 e, aparentemente, deve governar em “águas tranquilas” até 2024. Essa foi a proposta firmada em aliança com seu vice Renan Pontelli.
Os dois têm sido protagonistas de suas próprias histórias contadas nas urnas, mas a partir de agora, o ex-vice e o atual vice poderão escrever uma nova página da política tupãense. Provar que é possível assim como no passado de Joaquim Inácio e Florentino Garcia, governar no presente a quatro mãos, o futuro de Tupã.