Rebelião: aliados se juntam a opositores e “derrubam” poder do Executivo de Tupã-SP

Em dois anos de Administração, Gaspar deve perder o terceiro líder na Câmara e Ribeirão a Mesa Diretora

Aoqui deve deixar a liderança do prefeito
Aoqui deve deixar a liderança do prefeito

Cansados de tratamento diferenciado seis vereadores da base de apoio ao Governo de Manoel Gaspar (PMDB) se juntaram à oposição para fortalecer o Legislativo. Possivelmente dois motivos foram determinantes para provocar o “motim”: os superpoderes do atual presidente Antônio Alves de Sousa, “Ribeirão” (PP) e o descontentamento com o secretário de Obras e Infraestrutura, Danilo Aguillar Filho (PSB).

Entre os vereadores descontentes está o atual líder do Executivo, Caio Aoqui (PSDB). Ele deverá ser o terceiro a deixar a liderança do prefeito na Câmara em dois anos de Governo. Os outros dois foram coincidentemente – Valter Moreno Panhossi (DEM) e Danilo Aguillar.  Aguillar também pode ser um dos pivôs dessa “debandada” pela “independência” do Parlamento tupãense.

O blog havia antecipado na sexta-feira passada (28) na matéria “O dinheiro, o amor e o peso da cruz” que, Independentemente de quem fosse eleito presidente da Câmara, o Executivo iria continuar arrastando-a com um peso cada vez maior rumo às eleições de 2016. E, é com essa perspectiva que oito vereadores, sendo seis da situação se reuniam para observar que Aguillar estaria trabalhando só para ele, pensando na sucessão de Manoel Gaspar e, com isso, eventualmente deixando de lado os pedidos dos ex-colegas de parlamento.

OS PRESIDENCIÁVEIS

Valter Moreno: a um passo da presidência
Valter Moreno: a um passo da presidência

Entre os possíveis candidatos à presidência estavam além de Valter Moreno, Augusto Fresneda Torres, “Ninha Fresneda” (PSDB), Rudynei Monteiro (SDD) e o atual primeiro secretário da Mesa Diretora, Luis Carlos Sanches (PTB). A intenção de Luis Carlos seria trocar de lugar com Ribeirão, assim como aconteceu há quatro anos. Luis Carlos era o presidente e Ribeirão o primeiro secretário. Mais a tática do “jogo da crise” não deu certo.

O certo é que, Valter Moreno levou vantagem no “primeiro tempo da partida” em relação a um acordo entre ele e Ninha Fresneda. Quem obtivesse maior número de “votos” receberia o apoio do outro. Foi o que aconteceu na noite desta segunda-feira (1), após a sessão ordinária.

Em reunião na sala do principal opositor da Administração, Luis Alves de Souza (PC do B) se juntaram Amauri Sérgio Mortagua (PDT), José Ricardo Raymundo, “Ricardo Lajes Tamoyo” (PV) e a base de apoio de Gaspar capitaneada pelo líder Caio Aoqui, Valter

Zé Maria: reforço no voto
Zé Maria: reforço no voto
Bagaço: no mesmo time
Bagaço: no mesmo time
Ninha: a força da união
Ninha: a força da união
Tupãzinho: jogo aberto
Tupãzinho: jogo aberto

Moreno, Ninha Fresneda, Pedro Francisco Garcia, “Tupãzinho” (PSB), José Maria de Oliveira, “Zé Maria” (PROS) e Valdir de Oliveira Mendes, “Valdir Bagaço” (PSD). Neste encontro, Valter Moreno “cantou suas pedras” no tabuleiro e recebeu apoio incondicional da oposição e de Ninha Fresneda, atual segundo secretário na Mesa da Câmara.

Assim, Valter Moreno vai para a eleição no próximo dia 16, com nove votos. A eleição vai acontecer um dia após a última sessão ordinária, antes do recesso, conforme determina o Regimento Interno. Mas o grupo de apoio a sua candidatura ainda tenta trazer para o “campo de ataque” alguns dos outros seis vereadores que ficaram na “base da linha do impedimento”. São eles: Ribeirão, Luis Carlos, Telma Tulim (PSDB), Josias Gomes do Nascimento, “Mangolo” (DEM), Reginaldo Lima Rodrigues, “Kaveira” (PP) e o pastor Rudynei Monteiro (SDD).

XEQUE MATE

Outra coincidência ocorrida na sessão desta segunda-feira foi a presença do ex-vereador José de Jesus Manzano Martin, “Nenê Manzano” (PP). Parceiro partidário de Ribeirão e amigo de infância de Valter Moreno, ele foi protagonista de uma das mais espetaculares viradas de jogo numa eleição para presidente da Câmara de Tupã, em três de dezembro de 2002.

Há exatos 12 anos, completados nesta quarta-feira (3) estava tudo certo para a eleição de Valter Moreno para assumir o comando do Legislativo, mas na “prorrogação” Nenê Manzano marcou o próprio gol da vitória. Com o jogo empatado, votou nele mesmo e se elegeu o presidente da Casa. O argumento foi “se eu não votar em mim, como vou explicar para meus eleitores”. A enigmática senha usada pelo ex-parlamentar para dar o “bote” foi “prende o cachorro”. Desta vez, Valter Moreno já “vacinado” se armou na defesa e pretende dar fim a “partida” com vitória e um xeque-mate!

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