Já o pastor Rudynei comunicou à família sobre sua decisão e o “pacto de sangue” com Ribeirão. O próximo passo será avisar os fiéis e, por último, os eleitores.
Rejeitado pelo eleitor depois de 24 anos se gabando de ser reeleito por que o povo o queria na Câmara, Antônio Alves de Sousa, o “Ribeirão” (PP), sabe que volta ao Legislativo pela porta dos fundos. Mas, ele também tem certeza que o importante é o poder.
Senhor da razão, antes mesmo da renúncia oficial do pastor Rudynei Monteiro (PP), Ribeirão praticamente assumiu a suplência e já se impõe sobre os demais vereadores. Nesta quarta-feira (4), no período da manhã, o gabinete do titular estava fechado. O seu assessor parlamentar Francisco de Assis, também não foi encontrado no local.
Nesta terça-feira (3), o clima já era de despedida. A assessoria do parlamentar já postava fotos ao lado de colegas de trabalho. Na segunda-feira (2), dia de sessão ordinária, a expectativa era grande de que Rudynei Monteiro iria anunciar sua renúncia da tribuna em favor de Ribeirão.
Para outros edis, a decisão de renúncia já estava cristalizada. Durante todo aquela segunda-feira, Ribeirão praticamente despachou do gabinete de Rudynei. Nem sua assessoria pôde permanecer na sala. Com as portas do gabinete fechadas, o suplente atendia telefonemas e mantinha contatos. É como se estivesse demarcando novamente o seu território e sinalizando – “vai Rudynei, sai logo”.
Enquanto isso, interlocutores garantem que não haverá mais retorno. Ribeirão já não larga a cadeira do titular por nada. A propósito, nas últimas horas fez exigências ao presidente da Câmara Valter Moreno Panhossi (DEM).
MORDOMIA
Acostumado a viver às custas do erário público, com sombra e água fresca, Ribeirão exigiu um gabinete requintado: com dois ambientes, banheiro, máquina de café, frigobar, jogo de sofá e um famigerado notebook. Ele exige ambiente separado de seu assessor parlamentar ao qual também terá direito. Não há informação oficial se o presidente do Legislativo atendeu aos seus caprichos.
Por outro lado, já existia uma “regra” de que os gabinetes nestas condições seriam destinados aos mais antigos de casa, e que foram reeleitos, o que não é o caso de Ribeirão. Ele não foi reeleito e terá que entrar numa fila de espera.
Caso algum outro titular – dos novatos deixe a vereança, ele poderá até ser agraciado com um gabinete mais aconchegante. A princípio ele teria exigido o gabinete que já é usado pelo pastor Rudynei sob alegação de que irá substituí-lo.
A RENÚNCIA
A renúncia é liquida e certa. É exigência de Ribeirão sob a promessa de que o pastor terá muito trabalho em São Paulo, na assessoria dos deputados federais Guilherme Mussi e Fausto Pinato, ambos do PP. Para trabalhar na capital, Rudynei deverá viabilizar um salário de cerca de R$ 12 mil. Mais tarde, os parlamentares poderão contemplá-lo com um cargo, através de “concurso público”.
A decisão de renunciar ao cargo em favor de Ribeirão, foi noticiada à família. O pastor também deverá comunicar oficialmente seus fiéis da congregação Adnipo (Vila Indústria) e, por último, os eleitores. O comunicado oficial sobre sua decisão deverá vir acompanhado de documento protocolado à presidência da Câmara.
CAMPANHA
Já Ribeirão retorna ao Legislativo e vai ficar mais próximo dos eleitores da Alta Paulista. Vai fazer campanha principalmente para o deputado Mussi, nas eleições de 2018, e ficará com um olho nas eleições municipais de 2020, quando tentará a sorte de ser reeleito para um oitavo mandato de vereador.
O suplente já até procurou alguns possíveis pré-candidatos a prefeito, mas o pessoal tem corrido dele. Uma associação ao nome de Ribeirão, guardadas as devidas proporções, significa o mesmo que receber apoio de um Renan Calheiros, Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima, Michel Temer e companhia Ltda.
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Levados por Ribeirão, Fuin, Donadelli e Lucilia foram os maiores derrotados. Gaspar e o vereador, não tinham nada a perder.