Administração de Manoel Gaspar vive uma guerra fria

Nesse clima de insatisfação entre aliados não está descartado o fogo amigo. Os próximos dias serão decisivos.

bomba acesaQuem freqüenta os corredores do Paço Municipal garante que é perceptível um clima de intolerância sobre os rumos da política tupãense. A chegada do economista, Walter Bonaldo Filho (PMDB) tornou ainda mais acirrada essa espécie de guerra fria. Ninguém fala abertamente, mas nos bastidores há interceptação de mensagens codificadas que apontam para um futuro incerto. Não está descartado o fogo amigo. Aliás, esse fogo já arde nas entranhas das esferas do Executivo e do Legislativo.

Forças ocultas tais como aquelas vistas na administração de Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB) começam ocupar espaço na administração Manoel Gaspar (PMDB). Os tentáculos que promovem essa guerra fria têm elo com gente do Governo e de fora do Poder, mas com poder suficiente para se articular pensando já nas eleições de 2016. Tal como no passado, em nome do pai e do filho esses personagens alicerçados em obras e na Câmara montam barricadas que obstruem a ala jovem do Executivo.

A tensão já atinge ao menos três secretários, entre eles o conservador – Dorival Jerônimo Coquemala (Governo) e mais uma vez -, Antonio Brito (PT) e Valentim César Bigeschi. Como havia antecipado o blog, a chegada de Bonaldo tirou do Paço o vice-prefeito, Thiago Santos (PT) que cuida da Secretaria de Relações Institucionais. O gabinete dele está sendo instalado mesmo nas dependências do Centro de Integração do Menor (CIM) onde funciona a Secretaria de Meio Ambiente comandada por Renan Pontelli.

O primeiro a deixar a base aliada foi o vereador Caio Aoqui (PSDB) por causa da saída de Ruy Oshiro da Secretaria de Finanças. A colônia japonesa convidada para assistir a posse foi esquecida na despedida.

O problema é institucional e Gaspar tenta se mover no fio da navalha como se estivesse alheio ao que de fato acontece. Na verdade Gaspar finge não saber, porém, não deve admitir. Os poderes delegados a terceiros têm influenciado negativamente o seu desempenho político e as dificuldades tendem a aumentar com a proximidade das eleições 2014. Os atritos devem pulverizar contornos mais relevantes. O problema maior é que não há nenhum “bombeiro” capaz de debelar as labaredas desse fogo amigo que poderá incinerar os argumentos da situação.

Gaspar no PMDB apoiando o PSDB em âmbito estadual. Tem o vice do PT que conta com apoio do Partido dos Trabalhadores em Brasília, mas que não deverá ter ajuda nas eleições de 2014. Assim, ficaria difícil conseguir ecoar os pleitos que dependem do Governo Federal, como a implantação de curso superior federal ou tornar Tupã uma ZPE – Zona de Processamento de Exportação apresentadas como propostas de campanha. O deputado federal CÂNDIDO VACCAREZZA (PT) já vislumbra mais uma ingratidão tupãense. Enquanto isso, o aliado da cotovia voltou ao ninho com os pés nos trilhos, apesar das denuncias do propinoduto tucano. Afinal, quem foi Gaspar e Waldemir pode ter espaço nesse emaranhado que virou a política local.

De olho nessa “torre de babel” está a oposição e alguns integrantes da suposta situação. Nem bem chegou a Tupã e Bonaldo (Finanças) já esteve reunido com o ex-vice-prefeito Cesar Donadelli (PC do) e Eliseo Borsari Neto (PSDB). Mesmo desautorizado pelo deputado, Bonaldo tenta “costurar” uma eventual dobradinha. É que se cogita outra vez uma candidatura de Donadelli. Em meio a esse tiroteio político tem sobrado bala perdida para alguns.

Os projeteis deflagrados são de grosso calibre e indicam ter saído de armas “amigas”. Os verdadeiros aliados tentam rechaçar, mas encontram dificuldades. A bateria antiaérea não tem suportado o bombardeio. Já há quem fale em uma possível fuga em massa para escapar de uma rendição covarde. O estopim está acesso.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *