Ribeirão acusa à presidência da Câmara de aplicar “golpe baixo”, após soco na cara.
Foi rápida mesmo. Trinta minutos em ponto. A cena mostrada pela TV Câmara foi do ex-presidente Antônio Alves de Sousa, “Ribeirão” (PP) em pé, de frente para o presidente Valter Moreno Panhossi (DEM) pedindo explicações. Telma Tulim (PSDB) querendo cancelar a sessão e o líder do prefeito Manoel Gaspar (PMDB), Rudynei Monteiro (SDD) alegando que a decisão da presidência de encerrar os trabalhos era uma ditadura.
Sem os holofotes, o clima esquentou um pouco mais. Enquanto Valter Moreno fazia o sinal da cruz pedindo proteção, Ribeirão com dedo em riste – desferia três tapinhas nas costas de Valter Moreno e bradava: “foi golpe baixo”, sugerindo que teria havido armação para encerrar a sessão naquele horário, às 20h35. A situação cochilou. Ficou esperando, a sessão transcorreu de forma rápida e quando resolveu agir, já havia passado a Ordem do Dia e já estava na explicação pessoal.
Resultado, mais uma vez o prefeito Manoel Gaspar não viu os projetos de convênios aprovados pelo Legislativo. Os vereadores da situação, Ribeirão, Rudynei e Telma Tulim, deveriam ter protocolado os documentos e solicitado urgência, mas uma reunião durante a sessão contribuiu para pôr tudo a perder. A realidade agora é outra. Antes, Ribeirão conduzia a sessão de acordo com a situação e os interesses que tinha. Agora, a situação mudou e os interesses talvez não sejam os mesmos.
Mas a falha já havia ocorrido no período da manhã, quando Telma Tulim deixou de fazer o dever de casa e nem mesmo em casa com o notebook como integrante da Comissão de Justiça. Com a nova composição da Mesa Diretora da Câmara ficou estabelecido que as Comissões teriam que se reunir duas vezes por semana para colocar em pauta projetos que não necessitassem mais de verificação sobre sua legalidade ou não.
Mas na sessão de ontem (23) enquanto tudo transcorria sem ter o que discutir e sem nenhum vereador inscrito para fazer uso da tribuna, os integrantes das Comissões de Finanças e Justiça, José Ricardo Raymundo (PV) e Amauri Sérgio Mortágua (PDT), respectivamente estavam reunidos numa sala ao lado verificando os projetos.
Atrasada mais uma vez, Telma saiu em desabalada carreira para o encontro. Foi seguida por Ribeirão e Rudynei que queriam verificar o que estaria sendo discutido. Resultado: quando os vereadores da situação retornaram para a sessão para protocolar o pedido de urgência, já havia perdido o prazo e a sessão já se encerrava. Os projetos de convênios, só serão votados na semana que vem.
Ao menos ontem a situação foi diferente: apesar do eventual “golpe baixo” acusado por Ribeirão. Em 14 de junho de 2013, o golpe foi na cara. Por ironia do destino, Ribeirão como presidente do Legislativo teria se precipitado num protocolo e deixou Valter para trás. Insatisfeito Valter foi tirar satisfações e recebeu um soco. De repente reagiu com um pontapé. A briga flagrada pelo sistema de monitoramento e testemunhas do vizinho município de Bastos entrou para os anais da Casa. Quem com “golpe alto” fere, com “golpe baixo” será ferido.
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