Jornalistas são impedidos de exercer a profissão por dirigente desportivo em Marília

Os colegas jornalistas Jorge Luís, do Jornal da Manhã, e Guilherme Maia, do Correio Mariliense, passaram por uma situação de censura ao seu trabalho nesta semana. Eles foram impedidos pelo presidente do Marília, Hely Bíscaro, de entrar em treino do MAC (Marília Atlético Clube) e precisaram chamar a polícia e registrar boletim de ocorrência. Mesmo assim não tiveram acesso ao estádio Bento de Abreu.

Essa informação de colegas em Marília chegou à Diretoria Regional do Sindicato dos Jornalistas, por meio da diretoria de base mariliense, com o caso repercutido no sítio de internet do jornal desportivo da Capital paulista, Lance   http://www.lancenet.com.br/futebol-general/Presidente-Marilia-acusado-racismo-censura_0_500950000.html . Os colegas que sofreram discriminação, porque o dirigente do MAC, só teria censurado o ingresso de ambos ao estádio, bem como todos os demais pelas redações dos veículos de comunicação em Marília estão inconformados com essa situação.

O diretor regional do Sindicato dos Jornalistas, Flávio Melges (Tuca), informa ter encaminhado o pedido de providências à Diretoria Executiva do Sindicato dos Jornalistas, como, por exemplo,  o encaminhamento por parte da entidade sindical de providências junto à Comissão de Ética da Federação Paulista de Futebol para que avalie o comportamento do dirigente em questão, bem como, o reforço de solicitação junto às autoridades policiais para a apuração e eventual condenação por crime de cerceamento de trabalho, imprensa, e, ainda, discriminação e racismo.

¨Não podemos conceber que medidas de censura como essa – e provavelmente de discriminação, inclusive racial – continuem a ocorrer com qualquer que seja o profissional, mas, especialmente, em relação aos que têm a prerrogativa da mediação da informação¨, disse o dirigente sindical, indignado com a postura do dirigente desportivo em Marília.

Também a Federação Nacional dos Jornalistas, por meio de seu diretor de relações internacionais, Alcimir Carmo, condenou a atitude de Hely Bíscaro,  de atacar os jornalistas dessa forma e de impedir seu trab alho profissional. Carmo entende que ¨o dirigente pode até não concordar com as matérias que são veiculadas ou mesmo com eventuais opiniões de fontes, porém, não pode reagir com ataques pessoais, em especial essa truculência de impedir um profissional, sob o pretexto de que esse não professa o mesmo entendimento sobre o desempenho da equipe desportiva que dirige¨

Ainda o dirigente da FENAJ lembra que, infelizmente, a violência contra jornalistas se manifesta de várias formas e em todo o mundo e que isso precisa, sempre, ser denunciado junto às autoridades competentes para que possam, um dia, ter um fim!”

Nota do Sindicato dos Jornalistas e FENAJ

Moção de repúdio ao dirigente do MAC e de solidariedade e apoio aos jornalistas em Marília

A Diretoria da Regional Bauru e Diretoria de Base em Marília do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, bem como a direção da Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ, tornam público  seu REPÚDIO à medida deselegante, contraproducente, autoritária e truculenta do presidente do Marília Atlético Clube – HELY BÍSCARO, que resultou no cerceamento da liberdade de profissão e, especialmente, na liberdade de imprensa dos colegas jornalistas JORGE LUÍS (Jornal da Manhã) e GUILHERME MAIA (Correio Mariliense), proibidos que foram de acessarem ao Estádio Bento de Abreu, nessa cidade, para os registros jornalísticos dessa equipe de futebol.

É parte do papel do dirigente de organismos públicos ou privados o de facilitar o trabalho dos profissionais da imprensa, sobretudo para que seja possível manter um princípio fundamental na democracia: o da transparência das ações. Assim, o que se espera de pessoas com cargo e a frente de entidades  é o comportamento exemplar – e o mínimo de educação e urbanidade no trato ao semelhante.

Também esta manifestação visa oferecer solidariedade aos colegas agredidos verbalmente pelas elocubrações do dirigente em questão e, em especial, se presta a reforçar o pedido junto às autoridades competentes para que apurem as denúncias de racismo e discriminação – também de conhecimento público e que pesam contra o citado dirigente desportivo.

Direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (por sua Regional Bauru e diretoria de base em Marília) e Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *