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Fardo pesado II: prefeito de Tupã consulta assessoria sobre eventual renúncia

Intrigas políticas, falta de recursos e de reconhecimento da população fazem Gaspar se sentir sozinho. O Governo do Estado também afastou-se. 

Gaspar durante lançamento do Fórum: "o fardo está pesado"
Gaspar durante lançamento do Fórum: “o fardo está pesado”

O prefeito de Tupã, Manoel Gaspar (PMDB) pensa em tirar mais uma licença do cargo, mas também, teria consultado sua assessoria sobre a uma eventual possibilidade de renunciar como chefe do Executivo tupãense. Os motivos estão explícitos: crise política, a administração que não deslancha e as fortes críticas que tem recebido pelo marasmo administrativo.

O fato ganhou voz corrente nos corredores do Paço nesta terça-feira (12) e ganham repercussão nesta quarta-feira (13) após intensas negociações salarias com o Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais. A categoria pede 10% de reajuste e não aceita de jeito nenhum os 6,4% oferecidos pela prefeitura. Há ameaça de protesto e até greve se não houver acordo. Além disso, Gaspar ainda enfrenta o descontentamento de todos os ocupantes de cargos em comissão exonerados após assinatura de Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério Público, em outubro de 2014.

No campo político, ainda que tenha arrebanhado dois dos parlamentares que formaram o G-9 para a eleição de Valter Moreno Panhossi (DEM) para a presidência da Câmara, a oposição ainda é forte e contundente. Supostas irregularidades da atual Administração estão sendo fiscalizadas de perto. Recentemente Gaspar foi obrigado a devolver R$ 85 mil aos cofres públicos, após admitir erros contábeis no Tupã Folia 2013.

TRAIÇÃO

Manoel Gaspar paga caro pelos erros cometidos logo após sua eleição em 2012 com 21.021 votos. Os equívocos sucederam-se ao acreditar em pessoas de índole duvidosa que o acompanham nesse terceiro mandato. Um governo fraco vira joguete nas mãos de adversários e “parceiros”. O Governo é uma colcha de retalhos. Ninguém fala a mesma língua e cada um faz apenas o que lhe interessa. O seu articulador, o vereador Antonio Alves de Sousa, Ribeirão (PP) é o próprio caminho para o abismo pessoal e político do prefeito.

A gota d’água para a possível desilusão aconteceu nos últimos dias: na sessão da Câmara de segunda-feira (11) mais um dos aliados demonstrou rebeldia e atacou a Administração da qual faz parte. Luiz Carlos Sanches (PTB) insinuou que o secretário de Cultura, Charles dos Passos pensa em abandonar o barco. Essa Secretaria é uma das poucas que recebe elogios.

SEM PÚBLICO

Também os dois últimos eventos promovidos pela Prefeitura foram um fiasco. Primeiro porque não são todas as obras que devem ser inauguradas. Dependendo da situação, a obra é apenas entregue à população exatamente para preservar o prefeito de um eventual desgaste desnecessário. E foi o que aconteceu. Na inauguração do recape de ruas da Cecap, na sexta-feira (8) não teve público. Gaspar se limitou a tirar uma foto ao lado de alguns assessores e uma placa.

No sábado (9) a situação foi ainda mais constrangedora. Apesar de pelo menos 500 pessoas já estarem residindo nas casas do Programa “Minha Casa, Minha Vida”, localizadas entre o Jardim Apoena e CDHU “Antônio Pereira Gaspar”, apenas 5 moradores foram prestigiar a “inauguração”. Às 20h05, quando deveria acontecer o evento, já não havia mais ninguém no local.

A reportagem do blog ouviu duas donas de casa que residem no Conjunto Habitacional e elas mesmas confirmaram que o evento havia sido encerrado às 19h30, sem sequer ter sido iniciado. Uma delas foi solidária ao prefeito Gaspar, sua comitiva e as famílias que deveriam ser homenageadas diante do público. “O povo é ingrato. Tinha umas cinco pessoas na inauguração. Eu, ela e outras três pessoas”, disse apontando para a vizinha que também foi até à frente de um palanque instalado no meio do bairro.

SEM PRESTÍGIO

A falta de apoio político e de público fizeram Gaspar sentir profundamente nos últimos dias o peso desse seu terceiro mandato. Em Marília, durante um encontro promovido em abril pelo prefeito Vinícius Camarinha, o prefeito tupãense já desabafava diante da imprensa regional. “Estou sendo chamado de incompetente. Acho que desaprendi como é ser prefeito”.

O fato voltou a se repetir durante o lançamento oficial do XV Fórum de Debates para o Desenvolvimento de Tupã, ocorrido no dia 5 de maio. Gaspar voltou a comentar a respeito de crise econômica, dificuldades ocultas e sobre o pesado fardo que tem carregado nas costas.

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