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QUARENTENA: Prefeitos pressionados após decretos de isolamento social

Para quem não acredita que o coronavírus pode influenciar o futuro político de Tupã, percebeu que o mundo será outro, após a Covid-19.

Milton Zamora - presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Tupã e Região
Milton Zamora – presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Tupã e Região

O prefeito de Tupã Caio Aoqui (PSD) e, assim como ele, centenas de prefeitos brasileiros estão enfrentando agora o segundo efeito da pandemia de coronavírus – o discurso radical bolsonarismo “é preciso trabalhar, sobreviva quem puder” diante da Covid-19, cita em artigo o doutor em filosofia pela PUC-RS Moysés Pinto Neto.

Se num primeiro momento, os prefeitos foram eficazes na tomada de decisões para agilizar medidas que permitissem o isolamento social e de controle para retardar a entrada do vírus em seus municípios, agora, precisam lidar com os setores econômicos insatisfeitos com a demora para retornar ao trabalho.

Desde o primeiro contato que o blog manteve com o prefeito, na manhã do dia 13 de março, para saber sobre a possibilidade de adiamento da Semana da Solidariedade, o chefe do Executivo tupãense não perdeu tempo.

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Decretou situação de emergência e determinou o isolamento social. Cancelou a feira (17 a 21), fechou escolas, comércio e instalou barreiras sanitárias na entrada da cidade, mas um mês depois, o que parecia ser uma decisão sabia, tornou-se um dilema, a partir do posicionamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Ao negar o perigo da Covid-19, compará-la a uma “gripezinha” e exigir o fim do isolamento social para prevalecer a economia, setores da sociedade que mantém comércio, indústrias e outros passaram a pressionar os prefeitos.

Dirceu Luiz Michelan - presidente da ACIT - Associação Comercial e Industrial de Tupã
Dirceu Luiz Michelan – presidente da ACIT – Associação Comercial e Industrial de Tupã

Se o presidente está preocupado com as eleições em 2022, imagina os prefeitos que estão às vésperas de um pleito previsto para 4 de outubro ou mais tardar novembro ou dezembro.

Caio Aoqui vive outra situação que passou a incomodá-lo: o fato de ter apoiado a eleição do governador João Doria, eleito pela maioria daqueles que votaram em Bolsonaro, mas hoje o veem como principal adversário do presidente.

INFLUÊNCIA DO VÍRUS

Isso posto, é preciso voltar a dizer que o coronavírus de fato pode influenciar o futuro político de Tupã. Se a princípio o prefeito estava quase que sozinho na disputa eleitoral, pode rachar até a dobradinha CAIO/RENAN.

Manifestantes bolsonaristas associaram a imagem do prefeito a do governador
Manifestantes bolsonaristas associaram a imagem do prefeito a do governador

Como antecipado aqui, acerto ungido pelo Palácio dos Bandeirantes estipulou que o vereador Renan Pontelli fosse para o PSDB para ser o vice de Caio Aoqui, mas a Covid-19 pode estremecer as relações a partir das declarações do prefeito.

Se antes Caio concordava com a decisão do governo do estado, agora já vê extremismo de João Doria ao prorrogar a quarentena. O discurso de hoje se assemelha mais ao do presidente Jair Bolsonaro e de seus seguidores.

“O governo do estado está agindo com o extremismo muito grande. Não queremos desobedecer ao governo do estado, mas temos que ver todos os lados. Tem a questão da saúde, que todo mundo frisa que é importante e que nos preocupa. Mas também temos que ver a questão de economia. Isso também vai gerar um problema de segurança. Logo vamos começar a verificar aumento nos índices de criminalidade, com aumento dos casos de furto e assalto, e isso não queremos”, ressaltou.

O decreto do governo do estado vai até o dia 10 de maio, mas também pressionado pelos prefeitos já deve apresentar nesta semana, um plano de flexibilização do comércio e abrandamento das atuais medidas de combate à pandemia para o interior paulista.

PROBLEMA MUNDIAL

Mas, enquanto os efeitos da pandemia não passam, líderes políticos de todo o mundo tiveram suas agendas transformadas em um diário online na apresentação de números de mortos, sobreviventes, e de ações que giram em torno do combate à doença.

Todos os poderosos líderes políticos se curvaram diante do “inimigo invisível”. Nem mesmo a máquina de guerra mundial (Estados Unidos) conseguiu visualizar seu adversário para apontar seu poderio arsenal.

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O extremista presidente Donald Trump demorou, mas recuou diante do fulminante e letal ataque do adversário.

Assim, seguiram-se sendo dominados pelo vírus desconhecido outros comandantes, mundo à fora, como Boris Jhonson (Reino Unido), Itália, Espanha, França, entre outros países que retardaram tomadas de providências de isolamento social. Dezenas de milhares de pessoas perderam a vida.

Também houveram uma minoria insignificante de presidentes que negaram o potencial da Covid-19. Preferiram agir como os bobos da corte, que não levam nada a sério, sem conteúdo ou sem seriedade.

No baralho de cartas para jogo, a carta do “coringa”, ou o “joker” em inglês, apresenta uma figura vestida de bobo da corte, mas a simbologia do coringa é diferente, é um personagem relacionado àquilo que mata e não ao humor do palhaço.

Seja com humor negro ou palhaçada, a verdade é que essa pandemia vai determinar uma mudança de conceito que norteará decisões políticas em todo o planeta terra. Não apenas na forma de pensamento, mas uma mudança de paradigma.

A expressão paradigma foi utilizada pelo físico e filósofo estadunidense Thomas Samuel Kuhn no seu livro Estrutura das Revoluções Científicas (1962) para descrever uma mudança nas concepções básicas, ou paradigmas, dentro da teoria científica dominante. É uma ideia em contraste com a de ciência normal.

A COVID E A DEMOCRACIA

Foto: Gabriela Bilo - site Conversa Afiada
Foto: Gabriela Bilo – site Conversa Afiada

Considerando que a política significa a arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados e, que nos regimes democráticos, a ciência política é a atividade dos cidadãos que se ocupam dos assuntos públicos, é “oportuna” a Covid-19 para despertar também nos patriotas a necessidade de entendimento de que vivenciamos uma situação anômala, onde deve prevalecer o interesse público.

Compreende-se por interesse público, a soma de interesses particulares, a despeito dos direitos e garantias individuais de cada cidadão. Seguir a lei e o ordenamento jurídico – não significa cada um por si e o resto é corrupção. Ainda é possível acreditar nas instituições – e no regime que governa o país.

O regime político presidencial é constituído com a independência dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário). Isto é democracia, não é comunismo. Logo, apenas a figura do presidente não representa o Brasil. Apenas em ditaduras o presidente é personalíssimo.

Quem defende ditadura, pode escolher a Venezuela.

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