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VEM, SAFADÃO! O que vale mais, o show ou os respiradores para Covid?

Bastos (SP) esquece a “Omelete de corrupção” e vai festejar com comida e “show de graça”.

Foto: Divulgação

Memorização é um processo mental realizado a fim de guardar na memória para posterior recuperação de informações visuais, auditivas ou táticas.

Os livros do escritor Renato Alves ensinam como buscar na reminiscência toda informação divulgada pelo blog, sobre o escândalo de desvio de dinheiro público durante a pandemia de Covid-19, sob investigação sigilosa da Justiça Federal.

Mas, brasileiro é brasileiro. Mesmo em Bastos, com uma grande colônia japonesa, seus poucos mais de 20 mil habitantes já não se escandalizam com a falta de critérios para eleger o que é prioritário para a administração pública.

Pelo visto, o que mais vale é a Festa do Ovo. De fato, ela é o termômetro da principal atividade econômica do município. Por isso, é importante para o poder público, para os empreendedores, trabalhadores e para o povo em geral.

Fomentar a principal atividade de geração de emprego e renda, não pode ser chamada de política do pão e circo, uma expressão do mundo antigo, quando se fala de como o poder público sustentava o Império Romano, “com comida e diversão”.

Verdade ou mito, a expressão “do pão e circo” é utilizada hoje como metáfora para políticas parecidas adotadas por governantes ou candidatos para eleições na atualidade.

SEM SHOW

Os seguidos escândalos denunciados por essa pratica de shows de valores milionários, fizeram “acender uma luz no fim do túnel”.

A Justiça de Tabatinga, interior do Amazonas suspendeu na quinta-feira, dia 7, o show do cantor Wesley Safadão marcado para acontecer na 8ª edição do Festival Internacional de Tribos do Alto Solimões (Festisol). A apresentação custaria R$ 700 mil aos cofres públicos do município, segundo noticiou o G1.

A apresentação estava prevista para acontecer entre os dias 25 a 28 de agosto e foi alvo de uma ação civil pública.

Safadão será a principal atração da 61ª Festa do Ovo que acontece a partir de quarta-feira. De 13 a 17 de julho, quando haverá o show do cantor Safadão.

Pelo visto, não importa quanto vai custar o show. O importante é que já comprei meu camarote para assistir de perto o espetáculo do artista cearense.

Que custo tem para um município que gastou R$ 9.500,00 por palestra inexistente via web? O Show vai ser presencial.

Que custo tem para um município que ficou sabendo que um motorista “laranja” movimentou em uma conta corrente do Santander cerca de R$ 100 mil, em propinas? O Safadão só deve ter exigido a metade de seu cachê para assinar o contrato.

Que custo tem para um município que comprou três respiradores inservíveis para usar no povo doente com Covid-19, pelo preço de R$ 240 mil? O show vai ser de “prender a respiração”.

Que custo tem para um município que pagou perto de R$ 1 milhão para uma empresa prestadora de serviços de Saúde, quando a própria coordenadora da UTI do hospital de Bastos afirma que “tudo foi de mentirinha”, mas o R$ 1 milhão foi parar na conta da Arrabal.

O show vai custar bem menos que isso.

E como acreditar de que efetivamente a Associação Beneficente de Bastos recebeu R$ 2,7 milhões para socorrer os contaminados pelo coronavírus, dos R$ 4 milhões de recursos destinados apenas para essa finalidade?

Juntando todos os shows da Festa do Ovo, não vão custar esse montante.

Depois, Bastos é a Capital do Ovo. Eu nem vou perguntar sobre quem nasceu primeiro, se foi o ovo ou a galinha.

Memorizei de que muito antes de a galinha existir, os dinossauros e outros animais já postavam ovos. Apesar disso, o “galinheiro” precisa ser vigiado.

Se na pré-história os dinossauros eram soberanos, nos dias atuais prevalece a ação de “velhas raposas” que procuram muito além do que têm. A expressão “galinha dos ovos de ouro” evoca à ganância constante que o ser humano pratica de forma insaciável.

Durma-se com uma omelete dessas. É difícil de engolir.

Uhull, vem, Safadão!

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