Categoria:

“Turismo de Negócios 3”: vereador viajante infringe Lei e protege passageira/funcionária

O vereador viajante da Câmara da região de Marília, praticou infração a uma Lei complementar municipal criada em 2008 e que normatiza as férias de funcionários públicos municipais. A atitude do parlamentar de orientar a funcionária a solicitar por duas vezes, antecipação de férias para viajar, é uma proteção exclusiva, em detrimento de outros trabalhadores públicos que não tem as mesmas benesses.

O Departamento Jurídico do Legislativo informou que o pedido não tinha embasamento legal, porém, não havia nada que impedisse a autorização e, que isto poderia ser feito através de um ato da Mesa da Câmara. Assim, a presidência agiu, autorizando a saída da funcionária no período de 16 a 21 de maio, mesmo sabendo que a trabalhadora só teria esse direito a partir do mês de julho.

A legislação aprovada pelos próprios parlamentares aponta que o servidor terá direito a férias regulamentares a cada  doze meses de efetivo exercício e, mais, em casos em que a especificidade de cargo ou a natureza do trabalho assim o exigir, poderia ser concedidas férias proporcionais antes do cumprimento do prazo. Não era o caso especificado.

Ora, se não havia amparo legal para o pedido, bastava se basear na lei que regulamenta o Estatuto do Servidor e indeferir o pedido. Mas o pedido não era de um funcionário qualquer. O pedido era na verdade, de um nobre parlamentar que só queria contemplar a prestativa colega de trabalho com uma viagem turística.

Portanto, fica evidenciado o privilégio a funcionária e a falta de decoro do parlamentar que em qualquer outra situação de retidão e conduta ilibada seria punido pelos próprios nobres parlamentares. Primeiro não permitindo que a viagem de turismo acontecesse e, depois do ocorrido e da repercussão negativa na cidade e na região, o parlamentar deveria ter sido no mínimo repreendido em público.

Acontece que sempre tem alguém que vai dizer, mas o problema é dele, da mulher dele e eventualmente da funcionária que se submete ser seviciada em troca de benefícios funcionais e outros de ordem particular. Pode ser verdade, mas  é degradante para o homem público, cuja sua vida particular também interessa ao povo e, sobretudo, suas atitudes de distribuir benesses com o dinheiro alheio.

Se tudo isso não bastasse, se não tivesse havido a denuncia pelo Blog, possivelmente o vereador teria embolsado as duas diárias devolvidas ao Legislativo sob argumentação de que um suposto encontro político no escritório do deputado federal Cândido Vaccarezza teria sido adiado. Ora, o próprio deputado federal Vaccarezza afirmou ao Estadão que a assessoria dele está em Tupã. Era só o vereador viajar para Tupã e não para São Paulo.

Viajar com dinheiro público ao lado da funcionária em “férias”? Como separar a vida parlamentar, da pessoal e da pessoa que o acompanha, quando os dois iriam embarcar no mesmo dia, hora e aeronave em direção a cidade turística que antecede o Ano Novo? É a pergunta que não quer calar.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Compartilhe nas redes sociais

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp

Artigos relacionados

Nome do Evento

Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipiscing elit dolor

Nome do Evento

Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipiscing elit dolor