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O dinheiro, o amor e o peso da cruz

Antes de pensar em renunciar, Gaspar precisa agir como prefeito eleito de Tupã-SP.

Gaspar entrevistaAcabou o dinheiro? Acabou o amor! Essa também é a tese dos políticos profissionais, além daqueles casamentos que não se sustentam sem o bem material.

Só a alternância de poder pode derrubar essa tese. É preciso renovar sempre em ideias, conceitos para quebrar velhos paradigmas, modelos que se seguem com a presença dos mesmos no Legislativo ou no Executivo.

O fim da reeleição para todos os cargos políticos no Brasil depende de uma ampla e irrestrita reforma política. Se continuar como está, quem não queria Dilma Rousseff (PT), nem a vê como obstáculo para mudar, mas já pensa no possível retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou em outro confronto entre os mesmos contra os mesmos do PSDB.

A ganância pelo poder leva a equívocos e dúvidas sobre o futuro ainda que ele esteja bem próximo. Assim pode ter acontecido com Manoel Gaspar (PMDB) e seus apoiadores. Seus apoiadores o agarraram como única forma capaz da manutenção do poder pelo poder. Isso vale também para aqueles que em troca de favores passaram a apoiá-lo. E, é assim na política, mas não precisava ser sempre assim. É muito previsível. Em novembro de 2012, logo após as eleições municipais eu lhe adiantei que iria “carregar” um enorme peso nas costas.

O PESO DA CRUZ

prosperidade cruzÉ bíblico. Cada um tem e carrega a sua cruz. Cada uma tem seu devido peso e tamanho. O peso da escolha pode ser suave ou para pior. A medida nem sempre é justa para aquilo que se pretende. Se pensar em facilidades no Governo, pode não combinar com o tamanho e peso da cruz e vice e versa. No caso específico do atual Governo de Tupã, Gaspar escolheu a cruz, o caminho a seguir e seus discípulos, mas não há amor e nem fé no imaterial. A matéria prima do poder é o dinheiro e sem dinheiro o amor acaba.

Sem dinheiro o “casamento” político dura pouco e o amor dissipa rapidamente. Não dá para acalentar múltiplos interesses. Na reta final do segundo ano de seus terceiro mandato, Gaspar começa sentir o “desprezo” daqueles que são simplesmente amigos do poder. Isso acontece com todos os prefeitos em fim de mandato. Os verdadeiros amigos são severos. Os falsos são benevolentes, dão tapinhas nas costas e viram às costas quando mais você precisa.

Portanto, neste momento crucial da Administração, antes de pensar em renunciar, Manoel Gaspar precisa pensar e agir como prefeito eleito por 21.001 votos. Saber que agora como das vezes anteriores é o prefeito daqueles que votaram nele ou não e retomar as rédeas do cargo que ocupa ainda que sob a desconfiança dos seus próprios eleitores. Esse literalmente não é o Gaspar que Tupã conheceu e o elegeu.

A ÚNICA VERDADE

É possível que uma das poucas verdades que a campanha da doutora Lucília (PV) divulgou através do comando do ex-prefeito Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB) era a de que neste Governo, Gaspar seria influenciado por terceiros. Realmente esse caminho escolhido por Gaspar lhe custou caro. Terceirizou a administração ao segundo poder. Os filhos influenciaram politicamente de forma ruim, as escolhas equivocadas de alguns secretários, entre os quais, ex-secretários, tornaram os principais motivos para forte rejeição de Gaspar, antes mesmo de ele assumir.

Já as ações que se seguiram foram consequência do desatino inicial de seu Governo. Quando revelo que acabou o dinheiro acabou o amor, ficou explícito na reunião de quarta-feira (22) de outubro realizada por iniciativa de Gaspar para rever meios de conter gastos e tratar sobre as demissões que vão acontecer como havia antecipado o blog e agora determinou a Justiça. Alguns vereadores se rebelaram e não participaram do encontro.

Imaginava-se que neste momento de decisões amargas esses supostos apoiadores também deveriam estar ao lado do prefeito para encontrar outro caminho para conter a crise. Por outro lado, a crise não lhes pertence. Foi criada pela ausência de poder de Gaspar. Ainda que para alguns, essa turma da coalizão seja a própria cruz que Gaspar carrega nos ombros.

Enquanto isso, os parlamentares aliados só estão preocupados com a eleição do Legislativo. Há um movimento para eleger uma Mesa Diretora da Câmara diferente da atual. “Prende o cachorro”, diria enigmaticamente o ex-vereador José de Jesus Manzano Martin, “Nenê Manzano” (PP), em 3 de dezembro de 2002, ao votar nele mesmo e se eleger presidente da Câmara.

A propósito, entre os possíveis presidenciáveis estão: Luis Carlos Sanches (PTB), Valter Moreno Panhossi (DEM) e pastor Rudney Monteiro (SDD). Independentemente de quem seja eleito presidente da Câmara, o Executivo vai continuar arrastando sua cruz cada vez mais pesada rumo a uma nova eleição.

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