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“OS DINOSSAUROS”: Quais desses vereadores serão reeleitos?

Cinco dos 15 vereadores da Câmara de Tupã são portadores de 26 mandatos, o equivalente a mais de um século de vereança.

Ribeirão e ValterAmauri listradaNinha bibliaTELMA-TULIM

 

 

 

 

 

 

Pela ordem de número de mandatos, Ribeirão lidera com 7, seguido por Amauri Mortágua com 6, Ninha com 5, Valter Moreno e Dra. Telma com 4 cada um. Somados os mandatos e multiplicados por 4 anos de cada legislatura – totalizam 106 anos, respectivamente de atuação no Legislativo. Mortágua teve um prorrogado de 4 para 6 anos.

Antônio Alves de Souza, o “Ribeirão” (PP) lidera o ranking ao cumprir o sétimo mandato, dos quais, seis eleito de forma consecutiva. Há 28 anos frequenta os gabinetes e corredores da Câmara. E, como parlamentar tem assíduo acesso ao poder Executivo.

Se elegeu para o primeiro mandato em 1992, e foi empossado no ano seguinte. Atuou como edil durante os governos de Jesus Guimarães, Manoel Gaspar (3 mandatos), Waldemir Gonçalves Lopes (2 mandatos) e Ricardo Raymundo/Caio Aoqui. Sempre se vangloriou de estar ao lado do prefeito que vence a eleição, com exceção da última, quando também foi derrotado nas urnas, e no apoio ao advogado criminalista Wagner Fuin (MDB).

Nas eleições de 2016, Ribeirão alcançou apenas 568 votos e foi superado por Rudynei Monteiro, que obteve 603 votos. Como suplente convenceu seu colega de partido a renunciar a seu favor em troca de um emprego na sede do PP, em São Paulo.

Chegou à presidência da Câmara em três ocasiões e sempre compartilhou das benesses do Executivo. Como parceiro do chamado governo de coalizão, Ribeirão tira proveito indicando ações que o Executivo vai realizar.

POLÊMICO

REIBEIRÃO-TUPÃ-FOLIA

Não foge de polêmica e acredita que é o vereador “mais barato” para Tupã, considerando suas “conquistas” para o município. Ele interfere e gerencia a seu favor para capitalizar dividendos políticos a viabilização de verbas, de obras, de serviços ou realização de implantação de qualquer órgão no município: frigorífico, asfalto, Instituto Federal, Poupatempo, Termas, título de Estância Turística, aquisição do Mercadão, pavimentação asfáltica, construção de ginásio, entre outros, quando o sucesso é garantido.

Quando o evento é negativo, ele se esquiva: assim o faz em relação a compra de notebooks superfaturados, a falência da Liga Tupãense de Futebol, por meio de uma casa de bingo que era administrada pela sua família, e de acusação de suposto recebimento de “mensalinho”, através do uso indevido do Estádio Alonso Carvalho Braga.

Sobre os carnavais “Tupã Folia” de 2013 e 2014, com saques na “boca do caixa” alega que “agia apenas como vereador interessado na realização do evento, como qualquer outro parlamentar”. Da mesma forma em relação ao Tupã Junina milionário e a parceria com a Exapit, eventos turísticos que consumiram cerca de R$ 5 milhões dos cofres públicos. Os gastos exorbitantes inviabilizaram os anos seguintes da administração de Gaspar.

Os carnavais seguintes foram realizados a toque de caixa, mas não teve mais o vereador à frente da Comissão. Em um deles, Ribeirão até viajou no período da festa e o prefeito prestou contas afirmando que gastou apenas R$ 13 mil dos cofres públicos para promover a folia de momo.

O Tupã Junina de 2013, foi outro evento nababesco. A terceirização na comercialização de espaços da arena envolveu a Casa do Garoto, através da vereadora Telma Tulim.  A entidade que deveria ficar com um percentual, passou a efetuar pagamentos de despesas de forma irregular, conforme investigação do Ministério Público.

A ilegalidade poderia inviabilizar a entidade de receber subsídios públicos, e o ex-prefeito Manoel Gaspar pagou do próprio bolso R$ 85 mil para corrigir a infração e evitar prejuízos maiores à instituição e aos munícipes.

Ribeirão não deu explicações sobre as denúncias dos “corrupcidas” à Procuradoria do Estado sobre a acusação de eventuais recebimentos de propina para viabilizar áreas para empresas interessadas em expandir seus negócios no município.

No terceiro mandato de Manoel Gaspar a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Comércio Exterior era comandada pelo edil, ao mesmo tempo que atuava como representante do Legislativo junto ao Conselho do Prodett – Programa de Desenvolvimento da Estância Turística de Tupã. A ação denunciada anonimamente ocorria nessa relação promíscua.

Viagens de turismo com dinheiro do contribuinte e, com gasto exorbitante de cerca de R$ 600 mil com o projeto de implantação de melhorias na Avenida Tamoios, mas que até hoje não saiu do papel, também são ações que o parlamentar não faz questão de ser o “pai da criança”.

O legislador tem até “razão” em se esquivar daquilo que não deu certo. Usando de sua influência de legislar situações que lhe favoreçam, quando dá errado, não há nenhum documento com sua assinatura. Quando há, ele desfaz, como no caso da compra de notebooks – cancelada após denúncia desse blogue. O caso teve grande repercussão ao ser noticiado também  pelo Jornal Nacional e o programa do Jô.

O RETORNO

Foto/Arte: Tupacity
Foto/Arte: Tupacity

Ao retornar à Câmara pela porta dos fundos, em 13 de novembro de 2017, não encontrou respaldo na administração de Ricardo Raymundo (PV), para implementar sua atuação e logo tornou-se um dos principais articuladores de sua cassação, em 28 de maio de 2019.

Na atual gestão, de Caio Aoqui, Ribeirão tem sido mais discreto. Apesar de sempre ser consultado pelo secretário de Administração Éverton Nakashima (ex-chefe de gabinete da prefeitura de Arco-Íris).

Apoiadores sinalizam que é uma mudança de postura como forma de reduzir sua grande rejeição, capaz de lhe impedir outra vez a sua reeleição em outubro próximo.

AMAURI

amauri

Com 6 mandatos, iniciados a partir de 1983, quando permaneceu por 14 anos na Câmara de forma consecutiva, o advogado e sindicalista Amauri Sérgio Mortágua (PL) estará completando 26 anos no Legislativo. Atua desde à época de disputas para prefeito entre Carlos Eduardo Abarca e Messas e Jesus Guimarães.

Em 1996, teve sua trajetória interrompida e só voltou a ser eleito em 2000, para mandato de 2001/2004. Ficou de fora das legislaturas seguintes e retornou a ser eleito e reeleito em 2012 e, em 2016, respectivamente.

O seu envolvimento as causas dos comerciários, e a força da Federação da categoria alavancaram seu nome na atualidade, porém, seu histórico o remete a atuação política desde o governo de Franco Montoro, quando representou o Escritório Regional de Governo, em Tupã.

NINHA

ninha 2

Augusto Fresneda Torres, o “Ninha” (MDB) é um político discreto. Nas sessões ordinárias aparece na tribuna apenas para citar versículos da Bíblia.

Seus votos também são oriundos de sua religião. É da igreja evangélica que sai sua expressiva votação. Alguns brincam de forma sarcástica com o vereador dizendo “ser o único que em época de eleição muda de igreja”, ao invés de partido.

Em verdade, Ninha pertenceu entre outras, à igreja Quadrangular. Atualmente congrega na igreja Agnos, até pouco tempo comandada pelo pastor João Elias.

Nessa toada, e com a crescente concorrência de evangélicos na disputa por uma das 15 cadeiras do Legislativo tupãense, Ninha Fresneda vai ter que contar com outras denominações para se reeleger para o sexto mandato consecutivo.

Para quem foi eleito pela primeira vez em 2000, com 653 votos e se reelegeu com 1055, em 2004, seus eleitores diminuíram significativamente nas eleições seguintes.

Em 2008, obteve 990 votos, já em 2012, 756 votos e, em 2016, conseguiu apenas 595. A votação foi menor que a de sua estreia na política.

VALTER

Valtar Moreno

Valter Moreno Panhossi (DEM) presidiu a Câmara de Tupã por duas vezes e tentou sua reeleição em 2018, após mudança no Regimento Interno.

Apesar de contar com o apoio do ex-prefeito Ricardo Raymundo, foi derrotado pela oposição, fortalecida com o retorno de Ribeirão.

Foi durante esse processo de eleição da mesa diretora da Câmara que o parlamentar de quatro mandatos se viu envolvido numa polêmica: foi gravado e acusado pelo vereador Tiago Matias (PRP), de exigir-lhe o voto para a presidência da Câmara, se não quisesse que supostamente fosse instaurado um procedimento para cassar o seu mandato.

À época, Tiago Matias era investigado pelo Ministério Público sobre tentativa de praticar “rachadinha” salarial com seu ex-assessor Fernando Oliver Amato, mas foi absolvido da acusação pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

Para tensionar ainda mais a situação política na atual legislatura, pedidos de cassação do chefe do Executivo tupãense surgiam na mesma proporção que os casos de dengue, buracos, entre outros motivos alegados pelos impetrantes, e a ferrenha oposição no Legislativo. Aliás, os mesmos fatos acontecem nesta época do ano, mas não há nenhum levante no sentido de acusar Caio Aoqui de ineficiência.

Os 186 casos de dengue registrados neste ano, com dezenas de outros suspeitos e uma morte sob investigação – sequer são lembrados pelos vereadores, e os próprios cidadãos. Atualmente, o número de doentes é o dobro do mesmo período da gestão de Ricardo Raymundo.

Sem obter sucesso também como líder do prefeito, Valter Moreno ainda se viu afastado do cargo e substituído por Luís Alves de Souza (PC do B), por conta do episódico com seu desafeto Tiago Matias.

Valter Moreno foi eleito pela primeira vez em 2000 e reeleito em 2004. Depois, voltou a ser eleito em 2012, e reeleito em 2016.

DRA. TELMA

Telma 1

A delegada aposentada Telma Tulim (PSDB), está no seu 4º mandato. Pretendia dar um salto em sua carreira política possivelmente galgando a função de vice na chapa encabeçada por Caio Aoqui, nas eleições de outubro, mas a tentativa de tomar o partido do ex-prefeito Waldemir Gonçalves Lopes colocou tudo a perder. Cogita-se que deve deixar a sigla tucana para filiar-se no PSD.

Em 2000, Telma Tulim foi eleita com 936 votos. Não se reelegeu em 2004, mas retornou à Câmara nas eleições de 2008, com 1000 votos. Foi reeleita em 2012, com 936 votos, e nas eleições passadas convenceu 736 eleitores.

Com um trabalho voltado, segundo ela, para o social e para a defesa do menor e da mulher, Telma é sempre vista com desconfiança no meio político, pelo seu posicionamento dúbio. De acordo com sua conveniência, defende e ataca ao mesmo tempo. Quando algo dá errado, finge não ter participação.

No Legislativo defendeu a implantação do polêmico tema “Ideologia de Gênero”, nas escolas da rede municipal. Numa outra tentativa frustrada defendia o sepultamento de animais nos cemitérios do município. Os dois anteprojetos não foram levados adiante, após o blog tornar público suas pretensões. Houve grande repercussão negativa sobre os temas.

Atual líder do prefeito Caio Aoqui, Dra. Telma também já foi líder de outros dois governos: Waldemir Gonçalves Lopes e de Manoel Gaspar. Dos dois últimos desistiu da liderança por conveniência. Assim como Ribeirão, a ex-delegada está sempre junto ao poder Executivo, quando lhe favorece.

Antes de tentar tirar o PSDB das mãos do ex-prefeito, foi secretária de Assistência Social de Ricardo Raymundo e, em seguida, tornou-se uma de suas mais ferozes defensoras do processo de cassação, após deixar a pasta.

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