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Administração de Gaspar agoniza com saída de secretário da cultura

Gaspar, cansado e desmotivado
Gaspar, cansado, desmotivado e sem poder

Mais um duro golpe foi desferido contra a já agonizante administração do prefeito Manoel Gaspar (PMDB), que ao caminhar para o final melancólico de seu terceiro mandato a frente da prefeitura de Tupã, coleciona derrotas, deserções e uma sucessão de erros políticos e administrativos que custarão caro para seus aliados, assessores mais próximos e apoiadores, estejam eles ao lado de Gaspar ou não dia 31 de dezembro de 2016, quando as luzes de sua derrocada política e pessoal serão apagadas, e possivelmente nunca mais voltarão a brilhar.

Quem também pagará um preço alto, aliás já vem pagando há anos será a população de Tupã, que arcará com o ônus de quatro anos de inércia administrativa, falta de opções de crescimento, desenvolvimento, criatividade e um horizonte mais azul à frente. Gaspar sairá deixando um rastro de prejuízos políticos tão grande quanto a culpa por ter “assassinado” a esperança daqueles tupãenses que viam nele o renascimento de uma nova cidade, sem perseguições, soberba, engodo e politica provinciana. Com Gaspar voltando, se vislumbrará um novo momento de Tupã, assim como aquele que ele tão bem representou ao entrar para a vida pública em 1997, primeiro ano de seu primeiro mandato.

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Gaspar também pagará, com uma enorme mancha em sua biografia, por não ter a visão estratégica de entender que a vitória sobre Lucília/Waldemir era apenas o início de um novo ciclo político, e não um fim em si. Gaspar empreendeu todas as suas forças, conhecimento político e influência para mostrar, no fundo a si mesmo, que ainda era o grande nome politico de Tupã. Gaspar queria devolver nas urnas a série de agressões políticas, pessoais e até físicas que sofreu do grupo formado por seu antecessor no cargo de prefeito. Conseguiu, mas a que preço para ele e todos os tupãenses?. O futuro dirá. Os primeiros indícios já são visíveis no presente.

O pedido de exoneração do secretário de cultura Charles dos Passos (PSB), já era anunciado desde o início deste ano, quando a crise econômica e política se abateu sobre Tupã, foi oficializado na sexta-feira (20), com a entrega da carta de renúncia ao cargo por parte do secretário, orientado por seu mentor, o vereador Luís Carlos Sanches (PTB). Charles e Luís Carlos aplicaram a máxima de que devem sair ainda no auge, quando todos sentirão suas faltas e sempre estarão a pedir que voltem. Quem sabe em 2017, com um novo velho governo?. Tudo é possível.

O AUTOR DA DERROCADA

Charles apoiado por Luís Carlos ao fundo na foto e um alvo...
Charles apoiado por Luís Carlos ao fundo na foto. Magoados com as “decisões” de Gaspar

Como bons atores que são, Charles/Luís Carlos prepararam, roteirizaram, ensaiaram e apresentaram o espetáculo de um único ato em que saem de cena como vítimas de uma administração que os tratou como desiguais no meio dos iguais. Saem atirando para vários lados, mas com alvos específicos e certeiros. Um deles, é o autor da derrocada política de Gaspar, o vereador Ribeirão, a secretaria de Turismo e o próprio prefeito. Após inovarem no segmento cultural de Tupã, saem magoados e deixam aos até então companheiros Gaspar e Ribeirão dois recados explícitos – irão cobrar à exaustão ações propositivas dos futuros ocupantes do cargo, mesmo jurando apoio irrestrito ao que vier na sequência – e subtenderam também que caminham a passos largos para uma inicialmente discreta oposição, que crescerá na medida em que o tabuleiro do jogo político for se movimentando.

A saída de cena da dupla cênica é mais um ato simbólico do que administrativo. Sem recursos para colocar em prática seus projetos, Charles já muito pouco fazia. Era mais a sombra do secretário que um dia foi, cheio de ideias e projetos inovadores. Estava nos últimos meses fazendo o que sabe por ofício e prazer, interpretar, era o personagem de si mesmo, a sombra do que um dia foi. Precisava encerrar o espetáculo, fechar as cortinas. Seu desabafo à imprensa, seguro e estratégico marcou pontualmente seu descontentamento. Caso quisesse, Gaspar não precisaria fazer muito para manter Charles no cargo. Caso quisesse.

...Gaspar paga pela omissão ao deixar Ribeirão decidir
Gaspar paga pela omissão e deixa decisões com Ribeirão. Ele decide com interesses obscuros

Mas como Gaspar não decide sozinho, nunca decidiu e as vezes da a impressão de que alguém decide por ele, a saída de Charles/ Luís Carlos é em muito ação do estrategista vereador Ribeirão, que move as peças ao sabor de suas convicções, ambições e interesses. Luís Carlos desfruta de grande prestigio político e popular desde o episódio do “Espaço das Artes”, quando foi preso ao vistoriar obras irregulares da administração anterior, e sua permanência no comando da Cultura valorizaria seu passe numa futura composição política. Ribeirão quer alvejá-lo, para depois ajudar a curar suas feridas. Com isso, Ribeirão ainda abre espaço para emplacar outro secretário, ampliando para quatro seu espectro de dominação, ou na pior das hipóteses, recompõe os quadros unindo a Cultura ao Turismo. Tudo foi pensado, planejado e executado.

Gaspar está encurralado, desmotivado e contando as horas para que este pesadelo termine e ele possa voltar para casa repensar sua vida, suas ações e refletir como tão danoso foi para sua história política este terceiro mandato. Sem criatividade, apoio e cercado de pessoas que não tem como prioridade número um, nem dois, nem três e assim vai…o bem comum das famílias tupãenses, nem o “mais progresso, mais qualidade de vida”, só resta ao cansado Gaspar, que nem sombra é do que outrora foi, ou pareceu ser, estancar as hemorragias e continuar respirando, mesmo que por aparelhos, mesmo que na UTI, até o fim deste pesadelo chamado terceiro mandato. Pesadelo que, enfim, não vive sozinho, faz questão de dividir com cada tupãense, do que busca emprego onde não há até o que bate as portas da saúde e não encontra um frasco de remédios.

Triste mas real, é este o retrato de uma cidade. Que saibamos entender o recado, que saibamos entender nas entrelinhas o que houve, onde erramos e o que pode vir a ocorrer novamente, caso venhamos a incorrer nos mesmos erros.

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