Declaração do Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo (PC do B) pode servir de estopim para fazer eclodir manifestações numa proporção ainda maior.
Os R$ 0,20 foram à gota d água para deixar os brasileiros indignados e sair às ruas num Protesto Contra Tudo e todos. Todos os políticos e todas as ações que ignoram a vontade popular. É verdadeiramente a luta do tostão contra o milhão, como costuma discursar boa parte da classe política brasileira.
O tostão que falta no bolso do trabalhador para pagar uma passagem no transporte público, sobra nos cofres dos mensaleiros do PT e nas cuecas dos corruptos que afanam mais de R$ 85 bilhões por ano, do dinheiro do contribuinte/cidadão brasileiro. O levantamento havia sido feito pela Veja de 26 de outubro de 2011.
Com o montante seria possível, por exemplo, erradicar a miséria ou custear 34 milhões de diárias de UTI’s nos melhores hospitais. Seria possível melhorar o transporte público, origem das manifestações. Construir 241 quilômetros de metrô ou construir 36 mil quilômetros de rodovias. Mas, o que se assiste são pessoas (idosas e crianças) morrendo por falta de leitos em UTIs (Bauru e Tupã) e o país se afundando nos buracos e no lamaçal de estradas inexistentes.
O dinheiro surrupiado pelos corruptos brasileiros também daria para comprar coisas supérfluas como adquirir 18 milhões de bolsas de luxo (iguais àquelas com que os corruptos presenteiam suas mulheres e amantes) destacava a Veja. É supérfluo diante de tantas injustiças sociais gastarem R$ 30 bilhões para reformar e construir praças esportivas para sediar uma Copa do Mundo, num país que exige o básico: saúde, educação, transporte e dignidade.
A prioridade do governo deve ser a mesma que nossos pais nos ensinaram. Na nossa casa administramos zelando pela prioridade. Não dá para comprar bola se o necessário é um caderno, assim como não daria para ir ao cinema se a prioridade for o remédio. O único legado que a Copa do Mundo poderá deixar, será mais um rastro de desperdício do dinheiro público em meio a atos de corrupção.
A jogada é de linha de fundo. Como pano de fundo fala-se em melhorar a infra-estrutura das cidades sedes, a mobilidade urbana e, possíveis empregos gerados no período.
No ataque já estão atuando os jogadores da mentira. No meio desse campo, uma Declaração política do Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo (PC do B) pode servir de estopim para fazer eclodir manifestações numa proporção ainda maior. “Não vou permitir que os protestos atrapalhem os jogos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo”, disse.
QUEM ATACA – DEFENDE
Aliás, o discurso de Rebelo vai contra o discurso da presidente Dilma Rousseff (PT) que a principio não conseguia entender o Protesto Contra Tudo, mas que se redimiu depois de ser vaiada na abertura da Copa das Confederações.
Aproveitando o discurso em cerimônia de lançamento do novo marco regulatório da mineração nesta terça-feira (18) elogiou as manifestações pacíficas que tomaram conta das principais capitais brasileiras nessa segunda-feira (17). Para Dilma, o “Brasil hoje acordou mais forte”.
“Os que foram ontem às ruas deram mensagem direta ao conjunto da sociedade, sobretudo aos governantes de todas as instâncias. Essa mensagem é por mais 
cidadania, melhores escolas, melhores hospitais, direito a participação. Essa mensagem direta das ruas mostra a exigência de transporte público de qualidade e a
preço justo, essa mensagem direta das ruas é pelo direito de influir nas decisões de todos os governos -, do Legislativo e do Judiciário, é de repudio à corrupção e de uso indevido do dinheiro público”, disse a presidente, interrompida outra vez por aplausos da plateia.
Com esse discurso, Dilma reconhece a voz das ruas, a mesma que ela usava, mas com arma em punho na luta como guerrilheira. Assim como ela, os mensaleiros José Dirceu e José Genoino, entre outros do governo do PT.
A manifestação que tomou conta das capitais e se espalhou pelo Brasil e pelo interior do Estado de São Paulo (Piracicaba, Bauru, Marília, Tupã, Osvaldo Cruz, Presidente Prudente e Araçatuba, entre outras) é na sua maioria sem uso de arma. É no grito. No mesmo grito que acordou e levantou o Brasil pelas “Diretas Já” e pelo Impeachment (processo de impugnação do mandato) do ex-presidente Collor de Mello. São os “Caras Pintadas” derrubando as máscaras da corrupção e dos desmandos administrativos.
EM TUPÃ
Dezenas de moradores aderiram à manifestação realizada na segunda-feira (17), em diversos pontos do país. Os manifestantes se reuniram na Praça da Bandeira no final da tarde, e de lá se dirigiram até as escadarias da Câmara Municipal, reivindicando decoro parlamentar e protestando contra o aumento da passagem do transporte público.
No entanto, o valor da passagem de ônibus não sofreu nenhum reajuste recentemente e continua em R$ 2,30. Os protestos também foram contra a corrupção e fraudes em concursos públicos praticados pela administração Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB). Em seguida, os manifestantes percorreram algumas ruas da cidade.
